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Matéria sobre a dissertação de Yohane Figueira Honda é publicada no Jornal Beira do Rio

Publicado: Quinta, 30 Janeiro 2020 11:32 | Acessos: 694
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A ilha de Algodoal está localizada no nordeste paraense e é formada por quatro comunidades: Vila de Algodoal, Fortalezinha, Mocooca e Camboinha. Além de ser um dos destinos de veraneio e do réveillon mais procurados do Pará, a ilha também é uma Área de Preservação Ambiental (APA), sendo administrada pela Secretaria de Meio Ambiente de Maracanã. Segundo a lei, a APA Algodoal deve priorizar alternativas ecológicas capazes de gerar benefícios às populações locais e aos visitantes da ilha, sem agredir o meio ambiente.

No entanto a ocupação humana, tanto da população nativa quanto da visitante, tem ocasionado problemas à área, principalmente em relação à ocupação e ao uso do solo. A dissertação Área de proteção ambiental da ilha de Algodoal: conflitos socioambientais e perspectivas de governança procurou compreender os conflitos de ordem ambiental, ecológica e política estrutural na APA de Algodoal. “Nós buscamos apresentar uma contribuição e elaboramos uma nota técnica, encaminhada ao Conselho Gestor da APA”, afirma o autor Yohane Figueira Honda. A pesquisa teve orientação do professor Mário Vasconcellos Sobrinho e foi apresentada no Programa de Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia (PPGEDAM/Numa).

Depois de um estudo bibliográfico inicial, no qual foi delineada a história da ilha, iniciou-se a pesquisa de campo, para reconhecer e observar o local. Yohane Honda pôde participar das reuniões do Conselho Gestor e identificar quais as questões mais urgentes da área. Para o levantamento de dados, foi utilizado um roteiro semiestruturado de entrevista. “Para essa fase, os atores selecionados foram: gerente da APA, membros do Conselho Gestor e moradores locais”, conta o geógrafo.

Nas reuniões do Conselho Gestor, Yohane Honda pôde detectar um conflito de natureza econômica e ambiental: a retirada dos recursos naturais, como areia, pedra, barro e exploração madeireira. “Retirar madeira do mangue e areia da praia é um costume local que já existia antes da ilha virar APA”, conta Yohane. A areia retirada é usada para a construção civil e comercializada fora da Vila. Porém, por ser muito fina e com um alto teor de salinização, ela não é apropriada para a construção civil.

Ação dos ventos “esconde” lixo abandonado nas praias 

O número elevado de turistas na ilha também causa problemas. “Apesar de o turismo ter seu pico em julho e no réveillon, falta estrutura para o volume de visitantes. Um problema ressaltado pelos entrevistados foi o acúmulo de lixo nas praias”, explica Yohane Honda. A pesquisa mostra que a ação dos ventos “esconde” os resíduos sólidos nas dunas, o que tem contribuído para o armazenamento de embalagens de vidro e de plástico jogadas ali por turistas e moradores.

A venda de terra é ilegal na APA, e a falta de fiscalização facilita a invasão de terra, principalmente em áreas de mangues e em praias. Geralmente, essas construções são casas de veraneio feitas sem regularização. “Esses espaços indevidamente construídos têm ocasionado conflitos socioambientais nas regiões de mangue”, revela o pesquisador.

Dessa forma, surge o questionamento: o turismo feito na ilha é positivo ou negativo? “Embora essa atividade traga possibilidade de aumento de receita para os moradores locais, por outro lado, provoca a chegada do “estranho” na ilha, do aumento do lixo, causando impactos ambientais. É importante escutar a população ao procurar soluções para esses problemas”, avalia Yohane Honda.

O estudo propõe sistematizar o conhecimento local relacionado à Biologia, Física, Geografia e Geologia, pois isso pode contribuir diretamente com a transformação socioambiental coletiva. “A educação ambiental integrada às políticas públicas faz o papel de construir estratégias e diálogo para superação dos impactos ambientais, estimulando uma vertente colaborativa na construção do conhecimento. Nessa perspectiva, a educação ambiental, unida à gestão da APA, forma atores sociais que queiram compreender a realidade e intervir nela de forma crítica e transformadora”, esclarece o geólogo.

Por Flávia Rocha

Matéria originalmente publicada aqui: https://www.beiradorio.ufpa.br/index.php/component/content/article?id=383

Ed.152 - Dezembro e Janeiro de 2019 / 2020

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